6 de mar. de 2014

O potencial das crianças


    Semanas atrás estive na palestra da Rosely Sayão aqui em Curitiba, conforme divulguei na página do Facebook (Assuntos de Família). Para quem não conhece, ela é Psicóloga e consultora educacional. Para mim, a palestra foi ótima; ela falou sobre a nova família e o papel da escola nesta realidade. Entre seus comentários, também falou sobre o papel dos pais, quem são nossas crianças, a eterna juventude, etc. 


    Neste post eu gostaria de comentar sobre um dos assuntos que me chamou atenção: como nossas crianças são capazes.  Já postei aqui sobre a super proteção (A proteção que não protege) e não quero ser repetitiva, mas gostaria de usar um exemplo simples para mostrar como as vezes protegemos demais e não deixamos a criança crescer de forma saudável.

   Primeiramente gostaria de comentar sobre o quão importante é acreditarmos no potencial das crianças, de quanto elas podem passar por diversas situações sozinhas. O quanto elas aprendem tanto no errar quanto nas situações que consideramos desagradáveis. Claro que nenhum pai quer ver o filho sofrendo! Nem pai, nem ninguém gosta de ver uma criança sofrendo! Mas certos momentos e/ou situações são necessárias para o desenvolvimento do ser humano.

     Eis o exemplo:

    Uma amiga minha, que também foi na palestra e também é mãe, comentou comigo que resolveu tentar mudar alguns comportamentos simples em casa, conforme a palestrante. E foi no momento de realizar a tarefa de casa onde ela "se testou" a primeira vez. 

    O filho precisava fazer uma pesquisa sobre aviões: antigos e modernos. Ele achou várias coisas sobre os aviões modernos em revistas e livros que a mãe indicou como fonte de pesquisa, mas foi difícil achar algo sobre os antigos, pois não achou nas revistas e o computador estava com problemas. Segundo minha amiga, se fosse antes, ela iria atrás, dar um jeito de procurar algo na internet usando o computador de outras pessoas, enfim, iria se desdobrar para ajudar o filho a realizar a pesquisa e apresentar no dia seguinte.

    Mas dessa vez fez diferente: simplesmente falou que se ele não tinha achado, ela também não iria achar nada. Pediu para o filho explicar o que aconteceu para a professora e encarar as consequências. O coração ficou miudinho, com medo de que o filho se prejudicasse na aula, sofresse repressão ou algo parecido, mas não voltou atrás. No dia seguinte, ao voltar para casa, o filho contou que outras crianças também não conseguiram realizar a pesquisa e que a professora acabou realizando um trabalho em conjunto com todos os alunos na própria sala de aula.

    Este exemplo é simples e corriqueiro, mas quantos aprendizados podemos perceber?
   Podem acreditar, mas situações como esta irão mostrar para a criança que em algumas situações difíceis nem sempre existirá uma pessoa para resolver o seu problema; ela terá que acreditar em si mesma, aprenderá a dizer a verdade diante de outros, aprenderá a reconhecer e encarar o seu fracasso e aceitar as consequências (que podem não ser tão graves assim!).

    Não estou querendo dizer que os pais não devem acompanhar, ajudar ou algo assim. Neste exemplo, a minha amiga orientou onde ele poderia pesquisar, mostrou as revistas e livros, acompanhou a tarefa, mas não realizou!

    Como sempre, é preciso ter equilíbrio entre o proteger e o educar.