25 de jun. de 2012

A chegada de um irmão

    Qual é o rei que gosta de perder a exclusividade de seu trono? Como se sente a rainha ao perder sua coroa?
  
    É mais ou menos neste contexto que o irmão mais velho se sente no nascimento do segundo filho do casal. Quando um bebê entra em cena e rouba um pouco da atenção e amor que antes era exclusivamente da criança mais velha, um certo sentimento de perda pode tornar-se inevitável.
Quanto menor for a diferença entre os dois irmãos, maior este sentimento e, junto a ele, algumas mudanças de comportamento do primogênito podem aparecer.

    Uma manifestação bastante comum é a agressividade para com a criança mais nova: implicância com os brinquedos, bater, morder, empurrar, etc, que pode ser facilmente interpretada como uma forma de demonstrar o ciúmes que está sentindo. Também pode acontecer  da criança mais velha apresentar sintomas físicos, como alergias, febres, falta de apetite, entre outros. 

    Outra mudança de comportamento que facilmente acontece é a criança mais velha regredir e começar a agir de modo mais infantil: começa a falar infantilizado, não controla mais o xixi, não quer comer sozinha e a mãe precisa dar o alimento na boca, as vezes até a mamadeira e o uso da chupeta volta a existir. Birras ou manhas tornam-se frequentes, não consegue mais dormir sozinha na cama e se torna bastante sentimental, chorando por qualquer coisa.

    Toda essa mudança de comportamentos geralmente é inevitável. Mas o modo como será enfrentado e administrado pelos pais, fará toda a diferença. Certas atitudes podem ajudar a diminuir essa fase de transição vivida pela criança e pelos próprios pais também. Algumas delas são:

- envolva o filho mais velho nas atividades relacionadas à chegada do bebê: peça ajuda para dobrar uma roupinha, arrumar as gavetas, solicite sugestões de decoração do quarto;
- dê a sugestão para o mais velho criar ou fazer um presente que será o primeiro que o bebê irá receber;
- na hora do banho, deixe-o ajudar a passar o sabonete, a secar com a toalha ou passar o talco ou óleo; esse contato com a pele ajuda a fortalecer o vínculo entre os irmãos;
- explique que é normal sentir raiva (ciúmes), mas que ele pode expressar de outras formas, como bater em almofadas, derrubar os blocos de brinquedos, etc. e que não é preciso machucar ninguém por isso;
- valorize as áreas em que o mais velho se destaca onde o mais novo não consegue: comer sozinho, fazer xixi no banheiro, ajudar a mamãe, dormir na cama sozinho, entre outros;
- reveja as fotos do mais velho e explique que ele também já foi bem pequeno e que exigiu bastante atenção da mamãe e do papai, mas que agora cresceu e está se tornando um meninão (ou meninona);
- diga que ama e sempre irá amar os dois filhos, mas que o mais novo precisa de mais cuidados e atenção enquanto é pequeno, e que não será assim para sempre.

    Essas são algumas sugestões de atitudes que podem facilitar a passagem desta fase. Lembre-se, essa fase não dura para sempre; aos poucos o filho mais velho irá começar a compreender melhor esta situação e os comportamentos logo cessam.


Com tolerância, amor e apoio mútuo, a família pode sair mais forte dessa experiência.
  

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