17 de set. de 2012

Separação x Filhos

    Todo mundo sonha em viver o famoso "felizes para sempre". Existem sim muitas famílias que a felicidade é o sentimento que reina entre todos, onde o desenvolvimento e os ciclos de vida familiar e individual são vividos de maneira saudável e equilibrada.

    Por outro lado, sabemos que a vida é feita de encontros e desencontros, uniões e separações e que existem casais onde a convivência não está mais tão agradável; o amor não existe mais, as brigas são frequentes, as opiniões divergem e os objetivos de vida tomam rumos opostos, até que  a separação é vista como a saída. 

    Acontece que muitas dessas famílias possuem filhos pequenos e/ou adolescentes e daí surge a dúvida: separar ou não?
Melhor manter a família por perto com as constantes brigas, falta de diálogo, distanciamentos ou separar logo? A separação causará algum trauma?

    Alguns pontos importantes que valem a reflexão:
- Qual é o papel dos pais para o desenvolvimento da criança? Os pais são aqueles que, além de suprirem as necessidades físicas, são também aqueles que irão dar amor e segurança; irão mostrar o mundo, o outro, as regras e a sociedade; irão prepará-los para lidar com as frustrações; auxiliam no processo de identificação e diferenciação; serão a base para o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo da criança, cada um com sua função parental. Por isso, a presença de ambos é tão importante para o crescimento dos filhos

- A família se desfaz após a separação? Não. O que se desfaz é o casal, é a relação marido e mulher. Muitos casais adiam ou evitam a separação por medo de que a família acabe, mas é preciso ficar bem claro de que a função de mãe e pai será para sempre. Mesmo que a convivência se torne insustentável, é necessário cuidar para manter a sociedade parental e preservar o direito da criança de ter acesso igual ao pai e a mãe.

- Uma separação é sempre traumática para os filhos? Independente da idade dos filhos, é a função parental exercida que pode gerar traumas ou conflitos para a criança ou adolescente. Quando a separação gera áreas de riscos como: um parceiro falar mal do outro, colocar a criança como mensageira entre o casal, desenvolver conflito de lealdade, o filho passar a ser usado como moeda de negociação ou passam a jogar a responsabilidade de um para o outro, aí sim a criança passará por diversos conflitos na relação pais-filhos que podem causar algum trauma. Exemplos destas áreas de riscos, respectivamente, são: quando um começa a falar mal do outro a criança pode começar a pensar que não tem mais um bom pai, nem uma boa mãe, ela pode se tornar o receptáculo da raiva do pai e da mãe e ficar sobrecarregada deste sentimento; a criança pode entrar em um conflito de lealdade caso comece a gostar da nova namorada do pai e sua mãe não consiga aceitar isso; a criança começa a ser "negociada" para que o pai ou a mãe consiga o que quer; os pais começam a voltar-se mais ao interesses e desejos individuais e começam a jogar as responsabilidades para o outro (passar o final de semana, buscar na escola, viajar em férias, etc) e com isso a criança começa a se sentir uma bolinha de ping-pog, a qual ninguém quer estar com ela.

    Alguns casais pensam que manter o casamento cheio de brigas e discussões dentro do lar é melhor do que seus filhos vivenciarem uma separação dos pais. Mas é preciso estar atento ao modelo de relacionamento, ao estilo de vida e aos conflitos psicológicos que este ambiente está proporcionando à criança ou adolescente, bem como a influência desta situação no desempenho da função materna e paterna de cada um. Como já disse outras vezes, a qualidade é mais importante do que a quantidade.









Em um processo de separação do casal, é preciso cuidar para que esta separação não se estenda aos filhos.



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