13 de nov. de 2012

É normal ser diferente

    Um filho começa a existir não a partir do seu nascimento, mas a partir do desejo e amor que os pais sentem por ele.

    Com o nascimento do primeiro filho, o sistema parental é formado. Homem e mulher, além de marido e esposa, tornam-se também pais. O nascimento de uma criança pode gerar mudanças em toda a estrutura familiar. A mulher passa por toda a transformação física, as emoções acometem os novos pais, assim como surge também, não só com o primeiro filho, a grande expectativa pelo filho ideal, lindo, perfeito, que será o melhor dos melhores em todo o mundo!

filhoespecial    Mas sabemos que algumas vezes isso pode não acontecer e por vários fatores o bebê pode nascer com alguma necessidade especial. Que fatores são estes? Falta de acompanhamento médico desde o início; alimentação adequada da mãe; vícios ou hábitos nocivos dos pais; alterações genéticas; hereditariedade; complicações no parto, entre outros mais.

      Ok, meu filho é especial. E agora?

    Muitas vezes o mais difícil é admitir que o filho não é aquele que os pais idealizaram. Sentimentos de tristeza, angústia, depressão, rejeição ou choque começam a fazer parte do contexto familiar. É preciso buscar o máximo de informações médicas sobre a especificidade do bebê, implicações sobre a necessidade especial, bem como um acompanhamento com psicólogo que possa oferecer apoio para saber lidar com todos esses sentimentos, para que o desejo, a aceitação e o amor possa voltar a existir na família, principalmente na relação mãe-filho  -  primordial para o desenvolvimento de qualquer criança.

acreditar_filho
     Conhecendo e aceitando a necessidade do bebê, é preciso visualizar as potencialidades dele. Muitos pais se "agarram" à palavra deficiente ou especial e não conseguem acreditar na sua criança, perceber o quanto ela é capaz - o que prejudica, e muito, no seu desenvolvimento. É preciso buscar todos os recursos e terapias que possam facilitar o crescimento e aprendizagem do filho: terapias (fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional), estimulação precoce, escolas e entre outros.

    Com o sentimento de aceitação consolidado e a busca do aperfeiçoamento de seu potencial e desenvolvimento de habilidades, é preciso cuidar com a superproteção. A criança especial demanda mais cuidados sim, mas é preciso que os pais lembrem-se sempre das capacidades de seu filho. Alguns pais passam a se doar integralmente à criança, alterando a estrutura familiar existente - outros filhos passam a ter responsabilidades que não condizem com a idade ou são deixados de lados e passam a não ter o mesmo carinho e atenção que o filho especial recebe; o sistema conjugal começa a apresentar dificuldades também, já que um dos pais se dedica totalmente a este filho especial.
proteção_família

    Outro aspecto da superproteção é querer que o filho não passe por nenhuma frustração ou dificuldade pessoal. Além da estimulação física, a criança precisa se estimulada socialmente também. Receber as mesmas condições, direitos e deveres que os outros irmãos ou crianças de sua convivência recebem; enfrentar situações difíceis e se magoar, irá auxiliá-lo a perceber seus limites, que a vida é feita de regras e que o mundo não é perfeito.

    Como para qualquer outra criança, um ambiente familiar estruturado, adaptado, onde haja carinho e amor, no qual a criança possa se sentir segura e admirada, é primordial para o crescimento e desenvolvimento da criança especial.


"No meio da diferença, existe uma beleza muitas vezes invisível aos olhos, mas sensível ao coração."

Um comentário:

  1. Os portadores de necessidades especiais, muitas vezes são mais capazes de realizações do que pessoas tidas como "normais".

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