19 de mar. de 2013

O que é Depressão Pós Parto?

    Tenho muitas amigas e conhecidas que são mães e por isso já ouvi comentários do tipo: "Nossa, depois que ele nasceu, me senti meio perdida, vazia...", "Não queria que ninguém encostasse nele e tinha um cuidado muito grande com limpeza assim que ele nasceu.", "Ah, não queria nem saber do meu marido!", "Chorei um monte logo depois do nascimento dela, me sentia incapaz de ser mãe, insegura...".

    A maioria, se não todas, afirmaram terem passado por um episódio de Depressão Pós Parto.
    Será que passaram mesmo? Afinal, o que é essa Depressão Pós Parto (DPP)?


    A gestante e a puérpera sofrem severas alterações hormonais que podem provocar tristeza, preocupação, nervosismo, vontade de chorar e alterações de humor. Além disso, inconscientemente, o parto também pode ser vivido como uma perda para a mãe, pois durante todos os meses ele foi sentido como apenas seu, como parte de seu corpo e de si mesma e, de uma hora para a outra, torna-se um ser que será compartilhado com  todos: família, sociedade, mundo; a mãe se encontra em um estado de total confusão entre alegria pelo nascimento de seu filho e também tristeza por esta "perda".

    Pois saibam que cerca de 60% das novas mamães, passam por um estado de melancolia que não sabem explicar, também conhecida internacionalmente como baby blues. Essa tristeza ou irritabilidade começa logo nos primeiros dias após o parto, se prolongam por, no máximo, quinze dias depois do nascimento de seu filho e tem a tendência de desaparecer naturalmente.

    É aqui que entra a diferença! A DPP começa a aparecer algumas semanas após o nascimento da criança; surge lentamente, podendo ser caraterizada com alguns sintomas que interferem nas tarefas do dia a dia. A tristeza não está relacionada apenas ao nascimento do filho, mas também a outros contextos de sua vida, a mulher apresenta falta de energia durante todo o dia, as atividades prazerosas antes já não têm o mesmo significado, alterações do sono se instalam. Ela também pode entrar em um estado de ansiedade, podendo até mesmo ter crises de pânico sem ser portadora deste transtorno, ou apresentar comportamentos obsessivos com ordem, arrumação, agasalhar a criança ou recusar qualquer ajuda externa.

    É importante que os sinais sejam observados, mas todo e qualquer diagnóstico deve ser feito por especialistasda saúde. A mulher deve procurar um psicólogo ou até mesmo o seu ginecologista; estes poderão indicar um psiquiatra, que irá se basear nos sintomas e de como e quanto eles estão interferindo nas atividades de rotina da mulher.

    O tratamento é baseado em remédios específicos para puérperas, inclusive para aquelas que estão amamentando. Além disso, como a DPP não é provocada apenas por condições biológicas, mas também por questões sociais e/ou familiares, a psicoterapia torna-se imprescindível no tratamento da mulher. O apoio da família ou do marido também fará enorme diferença, uma vez que todos entendam que a Depressão Pós Parto não é apenas "frescuras", mas sim um problema real, porém passageiro.



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