Qual é o pai que não deseja que seu filho assuma a empresa da família no futuro e que se torne um ótimo executivo? Qual é a mãe que não deseja ver a filha com uma carreira maravilhosa e bem sucedida? Não importa a área ou a profissão, mas acredito que o desejo da maioria dos pais é que seus filhos sejam pessoas de destaque em nossa sociedade; ou ainda,
que seus filhos tenham ou sejam tudo aquilo que os pais não puderam no passado. Estou errada?
que seus filhos tenham ou sejam tudo aquilo que os pais não puderam no passado. Estou errada?
Aulas de inglês, natação, balé, estimulação artística, piano, reforço escolar e muitas outras atividades são frequentadas por crianças de 3 anos ou até mais novas. Já escrevi anteriormente sobre a importância da estimulação no bebê, principalmente nos 2 primeiros anos de vida; estimulação esta que começa desde o toque entre cuidador e bebê, estimulando a função cerebral responsável pela sensibilidade, e vai até brincadeiras mais estimulantes e desafiadoras de acordo com sua idade e desenvolvimento; o processo de crescimento do cérebro passa por toda a infância e segue até a vida adulta.
A criança até os 7 anos de idade aprende muito através da interação com os objetos e com as pessoas, com as brincadeiras de faz de conta, com histórias infantis; seu desenvolvimento físico está em pleno vapor, o vocabulário ampliando cada vez mais, a noção de tempo e causalidade surgem e, principalmente, ela começa a ter noção de "eu", a diferenciar-se do outro e a reconhecer seus limites. Tudo isso e muito mais se dá de forma gradual, de acordo com a maturidade e desenvolvimento individual.
Até aqui, tudo bem... O problema é quando cobranças exageradas começam a aparecer, etapas do desenvolvimento físico, cognitivo e emocional passam a ser puladas em função da espera do melhor desempenho da criança.
Aprender, em qualquer época, significa lidar com situações de tensão para poder aprender com elas. O que vem acontecendo é que, com a capacidade ainda imatura para enfrentar situações de grande exigência, a criança está experimentando altos índices de tensão incompatíveis com sua idade e desenvolvendo sintomas, doenças, ou seja, o estresse infantil. A criança é pressionada a levantar, se alimentar de maneira rápida, correr para a escola, as notas mais altas da sala precisam ser delas, é preciso ser o melhor nadador da turma, horas e horas de ensaio no balé ou no treino de futebol são rotineiras, dias lotados de atividades... Excessos de horários e obrigações impostas à criança podem se tornar grandes geradores de estresse.
A cobrança exagerada pode causar efeito ao contrário nos estudos, pois a criança tem um limite de resiliência e pode desenvolver desinteresse pelo processo de aprendizagem e resistência; problemas físicos (dores, vômitos) e psíquicos (ansiedade, agressividade, baixa autoestima) também podem surgir com o tempo; a cobrança extrema também pode influenciar na formação de caráter do seu filho.
A cobrança exagerada pode causar efeito ao contrário nos estudos, pois a criança tem um limite de resiliência e pode desenvolver desinteresse pelo processo de aprendizagem e resistência; problemas físicos (dores, vômitos) e psíquicos (ansiedade, agressividade, baixa autoestima) também podem surgir com o tempo; a cobrança extrema também pode influenciar na formação de caráter do seu filho.
Todo e qualquer aprendizado precisa ser prazeroso! Se a criança gosta das atividades que participa, se não há reclamações antes, durante ou depois de alguma aula, se não existe sentimento de competição exagerado ou se o processo de aprendizagem na escola está dentro dos padrões esperado para sua idade, não há mal nenhum. Pelo contrário, a criança está sendo estimulada adequadamente desde pequena e se desenvolvendo em diversas áreas.
Mas é preciso estar atento e deixar que seu filho tenha tempo também para brincar pelo prazer de brincar! É preciso que a criança tenha tempo para descontração, principalmente com os pais, irmãos ou amigos. Saibam que através do simples brincar livremente a criança também desenvolve diversas habilidades e competências que serão essenciais na sua vida adulta, tais como: reconhecimento do lugar do outro, responsabilidade por seus atos, raciocínio lógico e matemático, criatividade, capacidade de diálogo, memória e concentração, entre muitas outras mais. Saibam também que é possível cobrar sem traumas: basta valorizar cada conquista, incentivar novas descobertas, dizer que acredita que ele vai conseguir, construir um conhecimento juntos através das relações no dia a dia.
Marcos Meier, no seu livro Sapatos e Letras, escreve o seguinte trecho:
"Na Psicologia, sabemos que a constância da nossa relação com os filhos produz neles a qualidade emocional necessária para enfrentar a vida e suas dificuldades. É nessa interação de qualidade que auxiliamos nossos filhos a desenvolver segurança emocional, resistência a frustrações, tranquilidade nos conflitos e, o que é principal, uma autoestima suficientemente adequada para não vacilar diante das pressões sociais, para não ficar inseguro diante dos conflitos que a vida propõe. Autoestima saudável dá a nossos filhos a real dimensão do valor que eles têm e do potencial que está à disposição deles na hora de enfrentar novos desafios. Uma autoestima que lhes permita acreditar que é possível ser significativo nessa sociedade."
Nenhum comentário:
Postar um comentário