22 de mai. de 2013

Dificuldade de Aprendizagem: o que é isso?

    Eis um assunto que incomoda e preocupa alguns pais. Um assunto que vem sendo muito comentado e discutido em programas de televisão, nas escolas, nos consultórios... Por isso resolvi escrever um pouquinho a respeito.    Para começar, gostaria de esclarecer alguns termos utilizados quando conversamos sobre esse assunto:
- distúrbio de aprendizagem: grupo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Alterações intrínsecas ao indivíduo e devido à disfunção do sistema nervoso central. (National Joit Comittee for Learning Disabilities - Comitê Nacional de Dificuldades de Aprendizagem - nos Estados Unidos da América)
- dificuldade de aprendizagem: Baixo rendimento escolar devido a fatores isolados ou em interação; atrasos no desempenho escolar por falta de interesse, pertubação emocional ocasionados por fatores ambientais, inadequação metodológica ou mudança no padrão de exigência da escola.

    Aqui neste post irei utilizar o termo dificuldade pra falar sobre o assunto. E, através dos conceitos citados anteriormente,
é possível dizer que as questões relacionadas à aprendizagem podem ser de origem orgânica ou se originarem por fatores emocionais, baseados no contexto em que a criança se encontra.

    As dificuldades de aprendizagem nada têm a ver com o alto ou baixo QI, com a incapacidade geral de aprender ou alguma deficiência intelectual. Elas podem ser diagnosticada em qualquer momento da vida de uma pessoa, mas geralmente é detectada no período escolar da criança, principalmente na fase de alfabetização. As principais dificuldades apresentadas são as seguintes:
- dislexia: dificuldade que aparece na leitura, podendo afetar a escrita. Há trocas ou omissões de letras, inversão de sílabas ou letras com grafias semelhantes, leitura bastante lenta para a idade.
- disgrafia: geralmente associada à dislexia. A escrita se torna ilegível, com letras mal traçadas e desorganização ao produzir um texto.
- disortografia: também pode vir associada à dislexia. Há uma dificuldade para usar o símbolo gráfico, confusão na concordância, erros grosseiros de acordo com o nível de escolaridade.
- discalculia: dificuldades com números, cálculos, sequências lógicas. Não conseguem quantificar,  identificar os quatro sinais das operações. Um dos mais graves e menos conhecido.
- TDAH: traz sinais de inquietude, falta de concentração e impulsividade.

    O diagnóstico da dificuldade de aprendizagem deve ser feito por uma equipe multidisciplinar composta por neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, juntamente com os professores e a família. Além dos exames médicos que possam eliminar algum distúrbio (problemas de visão, audição, etc), é muito importante que todos os envolvidos no processo educativo (família e escola) estejam atentos à dificuldades, observando se são momentâneas ou se persistem há algum tempo.

    É preciso muito cuidado quanto ao diagnóstico sobre essas dificuldades. Como mencionei no início do post, hoje este assunto é muito frequente nas escolas ou entre pais que possuem filhos na idade escolar e, por conta disso, muita coisa pode cair no senso comum. Qualquer dificuldade ou maior agitação acaba rotulando a criança de alguma maneira. Vimos que as causas das dificuldades são as mais diversas; para se ter uma idéia, existe uma grande divergência nas concepções e estudos realizados nos EUA e na França sobre o TDAH, suas causas e tratamentos. No link a seguir você pode conferir uma matéria sobre isso.

Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?


    É possível dizer que, mais do que um problema, a dificuldade de aprendizagem é sempre um sintoma de que algo está errado, reflexo de alguma outra situação. Mas com um acompanhamento terapêutico e psicopedagógico é possível contornar esta situação e fazer com que a criança tenha uma vida acadêmica normal. Os professores podem auxiliar o processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno e dando-lhe oportunidades para descobrir suas potencialidades. E a família também deve participar do acompanhamento terapêutico, contribuindo com informações sobre o momento de vida familiar, contexto em geral.



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